Olá Chicas e Chicos do mundo do jornalismo em que vivemos. Seleccionamos as 10 finalistas para a primeira cohort do New Ventures Lab a ter lugar no Brasil no início de 2018. A revolução do jornalismo independente está aqui e está acontecendo perante os nossos olhos.
Tivemos 42 candidaturas para este acelerador de 17 semanas em um programa de empreendimentos de mídia que visa lançar dez novos projetos independentes de jornalismo liderados por mulheres na América Latina. Entre a primeira cohort estão projetos de São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Manaus, Belo Horizonte, Quito – Equador, Arequipa e Lima – Peru.
Os principais aspetos que analizamos nas aplicações foram:
- É uma solução necessária para um problema importante em uma determinada comunidade?
- É inovadora e traz uma nova perspectiva para a importância de uma necessidade de mídia?
- Tem uma visão sobre como pode ser sustentável?
- Tem uma idéia bem formada sobre como ele irá operar, desenvolver e executar a médio e longo prazo?
- É liderado por uma jornalista?
- Tem uma equipe sólida e complementar que fará com que funcione em digital?
E a primeira cohort é:
🎓#VAMOS CONVERSAR
O CEO da equipe é Ana Addobbati e sua equipe é Janaina Lima. Este projeto vem do Recife, Brasil.
Problema para resolver: estimular a informação dos consumidores a deixar suas bolhas para conversar com outros que têm diferentes posicionamentos em relação a diferentes temas e educá-los para um debate de qualidade
Descrição do projeto: uma plataforma digital de correspondência que conectará usuários que tenham um posicionamento diferente sobre diferentes temas para iniciar uma conversa mediada e marcada por um bot que recompensará os participantes com a melhor capacidade de debater
Principais desafios: encontrar desenvolvedores para a plataforma digital, apesar da disponibilidade da tecnologia necessária
Suas superpotências: Conectando pessoas e idéias
🎓Agência Ajuri
O CEO da equipe é Jéssica Botelho e seus parceiros da equipe são Agda Sales, Nathane Dovale, Polyandra Batista e Thais Queiroz. Este projeto vem de Manaus, Brasil.
Problema para resolver: debate público influenciado por informações erradas, dados não verificados, declarações tendenciosas e notícias falsas
Descrição do projeto: agência de notícias baseada em verificação de fato com a perspectiva da Amazônia
Principais desafios: ter orçamento suficiente para criar uma equipe permanente e contratar mais jornalistas para construir uma forte proteção institucional (digital e legal) contra ataques ganham visibilidade e superam as bolhas da internet
Suas superpotências: resiliência, capacidade de ouvir, determinação, vontade de aprender
🎓Culturadoria
O CEO da equipe é Carolina Braga. Este projeto é feito em Belo Horizonte, Brasil.
Problema para resolver: jornalismo digital cultural hiper local e presença de mídia social em Belo Horizonte
Descrição do projeto: um projeto multimídia dedicado ao jornalismo cultural. Atualmente é composto pelo blog, Facebook e no Twitter dedicado à criação de informações na área de artes e entretenimento.
Principais desafios: sustentabilidade financeira e desenvolvimento de equipes
Suas superpotências: paixão pelo projeto. Experiência de mais de 15 anos no jornalismo cultural com passagens de jornal, televisão e rádio. Habilidades para teatro e crítica cinematográfica. Rede forte na área de artes e entretenimento na cidade de Belo Horizonte.
🎓El Búho
O CEO da equipe é Mabel Cáceres e seus parceiros da equipe são Erick Rodriguez, José Luis Márquez, Josué del Mar, Ibon Machaca. Este projeto vem de Arequipa, Peru.
Problema para resolver: Transição da impressão para notícias locais digitais com foco atualizado no jornalismo diário e investigativo.
Descrição do projeto: Para migrar para um meio digital, adicionando as breves notícias que temos hoje em nosso site, poderosos relatórios de investigação e em profundidade para um maior impacto, usando novos formatos.
Principais desafios: Novo modelo de negócio que se adapta às circunstâncias locais de um país centralista. Conhecimento real de nossa audiência. Recursos tecnológicos e recursos humanos treinados
Suas superpotências: adoram oferecer jornalismo hiper local de qualidade, perseverança e adaptabilidade
🎓Especialistas Editoriales
O CEO da equipe é Isabel González Ramírez e seus parceiros da equipe são Cristina Arboleda e Jorge Montoya. Este projeto vem de Quito, Equador.
Problema para resolver: site de mídia independente com presença de mídia social que se concentra em questões de gênero e questões sociais. sentimosdiverso.org
Descrição do projeto: «Editorial Specials» combina jornalismo investigativo, visualização de dados e perspectiva de gênero. Experimentamos diferentes formatos e trabalhamos para encontrar um tom, linguagem e design que aproveite as possibilidades tecnológicas e as narrativas digitais, a fim de colocar questões de gênero em públicos além das fronteiras do ativismo e da academia. O objetivo principal desta iniciativa é contribuir para a satisfação da falta de informação sobre questões de gênero no Equador e na América Latina.
Principais desafios: até agora, como jornalistas, não tivemos a oportunidade de treinar negócios dos nossos sonhos, nos quais, ao mesmo tempo, podem ser sustentáveis e de grande impacto no ecossistema de mídia da região em tópicos tradicionalmente considerados não muito interesse. O outro desafio é encontrar meios para financiar nossos projetos. Os fundos internacionais que conseguimos acessar foram limitados e precisamos encontrar outras formas de consolidar nossa idéia, ao mesmo tempo em que geramos salários para atender nossas necessidades diárias. Além disso, desejamos construir um modelo flexível para mulheres jornalistas em que eles não precisam escolher entre sucesso profissional ou cuidados familiares. Tomar essa decisão é recorrente nas empresas tradicionais de mídia. Um último desafio que eu pessoalmente enfrento são minhas habilidades de inglês, que atualmente estou trabalhando para melhorar. O membro da minha equipe é quem tem conhecimento suficiente em inglês.
Suas superpotências: altamente intuitivas no momento da visualização de projetos. Prazer em ambientes de trabalho colaborativos e multidisciplinares. Interesse na exploração de novos formatos de mídia e narrativas. Muito responsável no ambiente de trabalho. Um nível extremo de curiosidade.
🎓Jornalismo de soluções (será renomeado)
O CEO da equipe é Luiza Bandeira e sua equipe é Anna Carolina Cardoso. Este projeto vem de São Paulo, Brasil.
Problema para resolver: como podemos usar jornalismo baseado em soluções para aumentar o engajamento da audiência?
Descrição do projeto: My start-up é um site especializado em jornalismo baseado em soluções de forma não defensiva. Muitas pessoas dizem que estão cansadas de ler as notícias, porque elas cobrem apenas tragédias e histórias negativas. É verdade que a mídia está tendenciosa em relação a esse tipo de artigos, e a maioria desses tópicos precisa ser coberta. Mas acredito que os leitores podem se relacionar mais com qualquer assunto quando vêem possíveis soluções para o problema. O jornalismo baseado em soluções visa mudar a natureza do debate. Não abrange boas intenções, planos ou histórias individuais de «heróis». É um relatório baseado em evidências sobre como as pessoas (e os governos) estão respondendo a problemas. Abrangeremos iniciativas de outros países ou de cidades e estados do Brasil. Os artigos irão focar se a política é bem sucedida ou não, seja ela utilizada no Brasil ou ampliada (se for uma política municipal) e os desafios que enfrenta, todos com base em evidências. Gênero, educação, segurança, saúde e pobreza / desigualdade seriam algumas das questões abordadas. A pesquisa mostra que os leitores se envolvem mais com as notícias quando apresentam soluções e, ao fazê-lo, tomam medidas e participam mais do processo democrático.
Principais desafios: o principal desafio no início será o financiamento. Teremos também de convencer os parceiros de que o projeto não é um projeto de advocacia, mas uma nova forma de fazer jornalismo.
Suas superpotências: resiliência e capacidade de comunicação
🎓Malquerida
O CEO da equipe é Ana Muñoz e seus parceiros da equipe são Lucía Chuquillanqui, Natalia Sánchez, Estefani Campana. Este projeto vem de Lima, Peru.
Problema para resolver: nosso objetivo é encurtar a diferença de gênero na mídia de língua espanhola. As mulheres e as minorias raras precisam de representação precisa na mídia. Precisamos abrir uma porta para as narrativas silenciadas pelo patriarcado.
Descrição do projeto: Malquerida é uma revista digital em espanhol, inteiramente escrita, editada e ilustrada por mulheres. Um espaço multimídia que usa ferramentas visuais e de escrita para questionar estruturas de poder na mídia.
Principais desafios: o principal desafio agora, que acredito que será um dos principais desafios, enquanto o projeto continua crescendo, é a sustentabilidade. A mídia e a comunicação não são um setor fácil, especialmente se a independência é o cerne da sua identidade: por um lado, há precariedade; por outro lado, as dificuldades de escolher um patrocinador alinhado com o compromisso de gênero de Malquerida. No entanto, também prevemos as vantagens da mídia digital e sua capacidade de transcender todos os meios tradicionais. Há outros desafios. Precisamos manter a qualidade de nossas histórias, melhorando nossas habilidades de pesquisa e padrões editoriais. Para esse objetivo, precisamos alcançar mais escritores, e precisamos ser capazes de financiar vários meses de trabalho. Sabemos que melhoramos desde a nossa primeira história – além do crescimento de nosso público, recebemos o reconhecimento duas vezes em 2017 -, mas não podemos relaxar nossos esforços, mas continue aprendendo, continue trabalhando. Além disso, precisamos alcançar mais leitores. Fazer a escrita das mulheres e o trabalho jornalístico mais visível implica que alguém – mais, mais alegre – lê-los. Como estamos dispostos a contribuir no fechamento da diferença de gênero na mídia está criando um espaço seguro para histórias sobre mulheres, mulheres. Este espaço precisa se expandir ampliando nosso público e ganhando uma posição em que nos apoiamos pelos principais meios de comunicação. Finalmente, não queremos parar aqui. Queremos ampliar nossas atividades à educação sobre jornalismo para mulheres em áreas de baixa renda na América Latina, começando pelo Peru; e também fornecer aos jornalistas ferramentas para encurtar a diferença de gênero, tanto em suas histórias quanto nas salas de redação.
Suas superpotências: Eu acredito que a persistência é a minha qualidade principal, ou, pelo menos, a que me levou mais longe. Uma espécie de teimosia melhorou minhas habilidades de aprendizagem e intuição, e ambos me ajudaram a abrir minha mente ao longo dos anos. Sobre habilidades mais concretas: estou bem com línguas estrangeiras, me adapto a novas situações e muito apaixonado pela escrita, jornalismo e literatura.
🎓InterAÇÃO política
A CEO da equipe é Carolina Nogueira , suas parceiras são Maíra Brito e Claudia Lemos. Este projeto vem de Brasília, Brasil.
Problema para resolver: Como podemos utilizar as novas mídias, o jornalismo público e as redes sociais para transformar o desejo do cidadão de se manifestar politicamente em uma efetiva participação política?
Descrição do projeto: Pretendemos utilizar as novas tecnologias, as redes sociais e o jornalismo público para fomentar a participação política, transformando o desejo de posicionamento, a indignação e confronto estéril num efetivo engajamento político no processo legislativo.
Principais desafios: Como informar uma população desinteressada e decepcionada com o processo legislativo e democrático? Como encontrar as redes organizadas em torno dos temas em discussão? Como elaborar um modelo de interação eficaz e permeável na sociedade? Num país em que a internet em banda larga ainda não é uma realidade, como favorecer iniciativas do tipo?
Suas superpotências: Determinação, interesse público, curiosidade pelas novas mídias, rigor conceitual.
🎓»Por definir»
O CEO da equipe é Maria Martha e sua parceira Aline Boueri. Este projeto vem do Rio de Janeiro, Brasil.
Problema para resolver: como podemos capacitar os eleitores de baixa renda para ajudar a renovar a política no Rio de Janeiro durante as eleições de 2018?
Descrição do projeto: queremos mapear as principais necessidades e interesses dos eleitores de baixa renda para fornecer informações confiáveis que possam ajudá-los com suas próprias escolhas nas eleições.
Principais desafios: encontrar uma solução para o principal problema dos nativos digitais latino-americanos na mídia: como torná-lo sustentável? Eu suponho que isso seja particularmente difícil, considerando que não temos experiência em negócios e considerando o difícil contexto do jornalismo / mídia em todo o mundo, o que representa um desafio para empresas grandes e pequenas. Para competir com mídias antigas e estabelecidas, sejam páginas do Facebook sobre comunidades locais ou principais meios de comunicação. Para trazer parceiros de bordo de outras áreas que estão igualmente ansiosos para fazer o projeto ter sucesso
Suas superpotências: experiência profissional; ansiedade de tentar (e falhar e aprender e tentar novamente); agilidade; trabalho duro (muito difícil); versatilidade
🎓Ada
O CEO da equipe é Emily Canto Nunes e suas parceiras são Diana Assennato, Natasha Madov e Dimítria Coutinho. Este projeto vem de São Paulo, Brasil.
Problema para resolver: Temos um site, mas ainda não temos um modelo comercial. Queremos criar um plano de longo prazo para permitir que o site seja lucrativo e bem conhecido pela mulher que é interessada em tecnologia no Brasil. Gostaríamos de ter um maior entendimento no plano de negócios, receita e plano de financiamento. Temos um pequeno orçamento e gostaríamos de fazer uma estratégia para que possamos ser lucrativos o mais rápido possível. Nós somos muito experientes na escrita de conteúdo e jornalismo, e não tanto em relação aos negócios, por isso estamos muito interessados em absorver todas as experiências que Chicas Poderosas pode nos transmitir.
Descrição do projeto: Ada era um blog existente há dois anos antes. Agora estamos de volta para ser mais do que apenas um blog. Ada é um site de tecnologia feito por mulheres que querem compartilhar sua perspectiva feminina em tópicos normalmente abrangidos por uma visão masculina. Atualmente, a cobertura tecnológica não é inclusiva, falando para uma audiência que já compreende seu assunto, que também normalmente é um homem. Portanto, nós imaginamos como um espaço seguro para as mulheres dispostas a absorver conteúdo de tecnologia e não encontram nenhum lugar. Gostaríamos de transmitir nosso conhecimento para que cada mulher possa entender a tecnologia que eles usam diariamente. Esta é uma indústria onde as mulheres ainda estão altamente representadas, então queremos compartilhar projetos onde seu foco está ajudando as mulheres a entrar na indústria de tecnologia. O Tech é uma grande indústria e a Ada está disposta a dar às mulheres uma voz e um lugar. www.ada.vc
Principais desafios: Compreender o que podemos fazer além de criação de conteúdo para gerar dinheiro para manter o site e gerar outros negócios com o site e nosso conhecimento em tecnologia, jornalismo e comunicação.
Suas superpotências: Jornalismo, comunicação, gerenciamento de projetos, tecnologia
Então, estas são as nossos primeiros «Mulheres Líderes no Digital» e os projetos de novos empreendimentos que estão trazendo para o laboratório de inovação. Temos a honra de tê-lo a bordo e faremos o melhor que soubermos para fazer você e seus projetos o mais bem sucedidos que eles podem ser! A democracia exige que as mulheres adotem um espírito de liderança, tentando coisas que nunca fizeram antes e não temerem o fracasso. Estamos todos aqui umas para as outras e esta será uma jornada conjunta. Juntas, podemos tornar este mundo um lugar melhor e as Chicas Poderosas estão totalmente comprometidas com esta missão, acreditando que colaborar e compartilhar experiências e conhecimentos dentro da rede nos vai levar longe.
As Chicas Poderosas agradece a todas as candidatas que apresentaram suas idéias! Estamos trabalhando arduamente para disponibilizar essa oportunidade a uma maior variedade de mulheres em toda a América Latina.
Obrigada
Chicas Poderosas
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